For
centuries, the black slaves who went to Brazil from Africa to work in the
plantations were forced to live in the slaves’ quarters, from where they were allowed
to leave only to work or to be punished. These places don’t exist anymore,
except for tourists to visit. However, many of us, independently of our skin
color, still live as if we were locked in a slave’ quarter, with the difference
that we are the ones keeping ourselves stuck in there.
We
forbid ourselves many things. We condemn ourselves for many more. We beat ourselves
up relentless for our mistakes. We feel so much guilty about so many “sins”
that we end up feeling as if we were tied with iron chains around our ankles.
And we do all that voluntarily… How can we open the door of this slave quarter
and go out without looking back?
Our
first step should be to assume the responsibility for what we did in past lives
and in this one and, at the same time, realize that it is time to let go.
Keeping punishing ourselves doesn’t help the world or us. Nobody needs more
sadness. We accept our mistakes and promise to love ourselves, even with all
our imperfections. We look at the parts of ourselves that feel fragile, full of
fears and regrets, and send them all our love. Filled with love and hope, we
gather the courage to open the door of the slaves ‘quarters and walk away
forever from it. Behind, we leave our ghosts that don’t serve us anymore. We
walk free, proud. Outside, the sun is shining.
Senzalas
Durante
séculos, os escravos negros que vieram para o Brasil
da África para trabalhar nas plantações
foram forçados a viver nas senzalas,
de onde podiam sair apenas para
trabalhar ou serem punidos. Esses
lugares não existem mais, a não ser para os turistas visitarem. No entanto,
muitos de nós, independente da nossa cor
de pele, ainda vivemos como se
estivéssemos trancados nas senzalas, com a diferença de que somos nós mesmos quem nos
mantém presos lá dentro.
Nós nos proibimos de fazer muitas coisas. Nos condenamos por muitas
outras mais. Nos repreendemos implacavelmente
por nossos erros. Nos sentimos culpados por tantos “pecados” que acabamos com a impressão de que estamos amarrados
com correntes de ferro em torno
de nossos tornozelos. E fazemos
tudo isso voluntariamente... Como podemos abrir a porta da senzala e sair,
sem olhar para trás?
Nosso primeiro passo deve ser o de
assumir responsabilidade pelo que
fizemos em vidas passadas e nesta
vida de agora, ao mesmo tempo que nos
conscientizamos que é hora de deixar o
passado para trás. Continuar nos punindo não ajuda nem a
nós mesmos nem ao mundo. Ninguém precisa de mais tristeza. Aceitamos nossos erros e prometemos amar a nós mesmos, com todas as nossas imperfeições. Depois, olhamos para as partes de nós mesmos que se sentem frágeis, cheias de medos e receios, e enviamos todo o nosso amor para essas partes.
Cheios de amor e esperança, reunimos a coragem para abrir a porta da senzala e ir
embora para sempre. Deixamos
lá dentro nossos fantasmas, que não nos servem para coisa alguma. Saímos livres, orgulhosos.
Lá fora, o sol está brilhando.
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